Pague-se primeiro: o segredo que muda a vida financeira

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Pagar-se primeiro também pode disciplinar o seu gasto (foto: Freepik)

Você já ouviu falar do princípio financeiro pague-se primeiro? Todo mundo enfrenta um verdadeiro desafio na hora de gerenciar o dinheiro, não é mesmo? Quem não passa por apertos financeiros que atire o primeiro boleto.

No entanto, mesmo sendo um desafio equilibrar as finanças no dia a dia, você pode conhecer este princípio simples e poderoso que transforma a maneira como o dinheiro é encarado. Sim, encarado: pois todos temos um modelo mental a respeito do dinheiro, e esse modelo mental pode influenciar nosso sucesso ou dificuldade na vida financeira.

Bem, não se sabe a origem dessa regrinha de ouro do pague-se primeiro. Nos livros, ele aparece no clássico “O Homem Mais Rico da Babilônia”, de George S. Clason, publicado pela primeira vez em 1928, com várias edições ao redor do mundo. Também está em outro clássico das finanças pessoais, “Pai Rico, Pai Pobre”, de Robert Kiyosaki.

Mas como funciona esse tal de pague-se primeiro? Trata-se de um princípio financeiro acessível e eficaz, que propõe poupar os primeiros 10% (dez por cento) de toda a sua renda para si mesmo antes de pagar qualquer despesa. Então, só depois dessa reserva imediata é que as contas e despesas serão pagas, distribuindo o restante.

Ainda ficou na dúvida? Então vamos detalhar como essa regrinha pode fazer a diferença na sua vida financeira ao longo do tempo. Veja só:

O significado do “pague-se primeiro”

Você recebe o salário e separa os 10% de imediato: pronto, pague-se primeiro está em ação. Mas aí gasta o resto como se não houvesse amanhã. Errado: com o restante, você deve estabelecer uma prioridade clara que envolva suas contas e despesas, assegurando seu próprio bem-estar financeiro.

Ao reservar os primeiros 10% antes de pagar contas ou despesas cotidianas, você planta sementes que irão frutificar e gerar, mês a mês, uma massa de investimento que trabalhará a seu favor.

Essa abordagem é mais do que uma simples economia; é uma mudança de mentalidade, algo consciente, que coloca o foco em gerar frutos na vida em vez de apenas entrar e sair das dívidas.

Ao implementar a prática do pague-se primeiro, você aprende a se colocar no comando da sua própria renda e, com o tempo, atinge seus objetivos pessoais.

Viver abaixo do que ganha

Pagar-se primeiro também disciplina seus gastos. Você sabe como é fundamental viver abaixo do que ganha. Porém, muitas pessoas enfrentam dificuldades porque não controlam as entradas e saídas de dinheiro, gastando assim mais do que recebem. Depois, contraem empréstimos bancários e criam dívidas em bola de neve, passando de um estresse a outro.

Por outro lado, ao reservar logo 10% o dinheiro que entra, você inverte esse padrão, garantindo que uma parte significativa da sua renda trabalhe por você. A ideia do pague-se primeiro é justamente fazer o dinheiro que você batalha para ganhar trabalhar para você todos os dias, e não o contrário, você trabalhar para o dinheiro.

O hábito constante de poupar os 10% iniciais vai criando uma margem de segurança financeira, permitindo que você lide com imprevistos sem recorrer a empréstimos ou cartões de crédito. Viver abaixo do que ganha proporciona estabilidade e liberdade, e ainda reduz a pressão de viver de salário que entra, salário que sai.

Frutos ao longo do tempo

A prática constante do pague-se primeiro funciona como uma construção, tijolo a tijolo. Ela gera frutos significativos a médio e longo prazos. Se os 10% da renda são reservados regularmente, eles formarão uma massa que se transformará numa reserva substancial, proporcionando mais tranquilidade nas horas difíceis. Além disso, esses fundos podem ser investidos para crescimento adicional por meio dos juros compostos.

Ao investir regularmente essa parte da sua renda, você verá o dinheiro trabalhar para você. Seja numa simples poupança ou em investimentos em renda fixa, os juros compostos desses investimentos levarão a ganhos substanciais ao longo do tempo. Você pode diversificar à medida de seu conhecimento e experiência como investidor.

Cultivar o hábito do longo prazo

Você planta uma mudinha, cuida dela, e ela vira uma árvore frutífera: o hábito do pague-se primeiro te dá essa disciplina e consistência. Por isso os dez por cento, de início: é uma porcentagem realista da renda que não compromete tanto as outras obrigações.

Não consegue separar o dinheiro? Sem problema: configure transferências automáticas para sua conta de investimento ou poupança assim que receber o salário. Isso garantirá que a prioridade seja cumprida antes mesmo de você considerar outras despesas. Não é assim com os descontos em folha? Funciona da mesma maneira mas acrescentando, e não tirando, parte da renda.

Outra dica: revise e ajuste seu orçamento periodicamente. À medida que sua renda aumenta e suas despesas diminuem, você pode até elevar a porcentagem de reserva para garantir que, cada vez mais, sua vida continue alinhada com seus objetivos financeiros. Acredite, é um aprendizado que compensa.

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Tire suas dúvidas

  1. O que é o princípio pague-se primeiro?
    O “pague-se primeiro” é um princípio financeiro que sugere reservar os primeiros 10% de toda a sua renda para si mesmo antes de qualquer outra despesa. Ele é sugerido em livros famosos de finanças pessoais.
  2. Mas como funciona o pagar-se primeiro?
    Ao receber o pagamento, reserve imediatamente 10% para seus próprios objetivos financeiros antes de pagar contas e despesas. Este hábito cria uma mudança de mentalidade, focando no seu crescimento financeiro.
  3. Na prática, qual o resultado desse pague-se primeiro?
    Reservar os primeiros 10% do seu pagamento antes de outras despesas não apenas é um ato de economia. O costume ajuda a criar uma mentalidade de gerar frutos para a vida, e ultrapassa a rotina de apenas lidar com dívidas.
  4. Eu sei que devia viver abaixo do que ganho, mas não é fácil. O pague-se primeiro me ajuda nisso?
    Sem dúvida. Por isso é a primeira coisa a fazer com o pagamento. Isso irá disciplinar os gastos, invertendo o padrão de gastar mais do que se ganha. Não aceite a pressão que é viver de salário em salário. Tome posse do que é seu e você sentirá os efeitos benéficos na sua vida financeira.
  5. Quais são os benefícios a médio e longo prazo por adotar essa prática financeira?
    A prática constante forma uma reserva substancial ao longo do tempo. Você ficará surpreso. Esses fundos podem ser investidos para crescimento adicional por meio dos juros compostos e usados na aquisição de um bem de maior valor, como um imóvel, pelo menos como entrada no financiamento. Ter reserva te dá liberdade de escolha.
  6. Quero pagar a mim mesmo primeiro, mas é difícil criar o hábito de uma hora para outra.
    Com certeza, todo novo hábito requer uma incorporação lenta, aos poucos. Uma dica: para reservar 10% da sua renda regularmente, configure transferências automáticas na sua conta corrente direto para sua conta poupança ou de investimento. Depois, com os 90% restante, revise e ajuste seu orçamento para alinhar sua vida com seus objetivos financeiros. Pense em criar uma planilha de orçamento, por exemplo.
  7. O artigo diz que o pague-se primeiro faz enxergar a longo prazo. Como assim?
    É verdade. Imagine a compra de bens duráveis como imóvel ou carro, que custam valores mais altos. É preciso ter uma reserva para dar de entrada ou até pagar à vista, se for o caso. Aí que entra o pague-se primeiro: lá atrás você teve disciplina e agora tem o poder de compra. Isso é consistência a longo prazo. E dez por cento não é muito, é um valor realista. À medida que sua situação financeira melhorar, você pode até aumentar essa porcentagem.
  8. Resumindo, o pague-se primeiro é mesmo fundamental?
    Acredite, pequenos passos tomados sempre fazem muita diferença. Pense numa construção: tijolo em cima de tijolo, um de cada vez. Não subestime os pequenos passos. Pagar-se primeiro não é apenas um conselho, é uma regra de ouro para alcançar estabilidade financeira. Um pouco todo mês e você constrói uma base sólida anos depois. No presente, o benefício é controlar seu próprio destino econômico. Pague-se primeiro e a jornada valerá a pena.

Autor
Fernando Cunha

Redator web com mais de uma década de experiência em marketing editorial e produção de conteúdo para plataformas digitais.

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